Quinta da Regaleira, Sintra (Visitar)

A Quinta da Regaleira é uma paragem obrigatória para quem visita Sintra. Conhecida pelos seus mistérios, como o Poço Iniciático, este destino junta-se a uma lista de destinos a visitar em Sintra, onde já se encontra o Palácio Nacional da Pena e o Palácio de Monserrate

Quinta da Regaleira Header
Torre da Regaleira

Perto do Centro Histórico de Sintra encontramos aquele que é dos principais pontos turísticos da região: A Quinta da Regaleira. 

Considerado um destino misterioso, a verdade é que os seus visitantes ficaram surpreendidos com o que esta quinta tem para oferecer. 

Os primeiros registos da Regaleira remota ao século XVII, numa referência a terrenos que hoje integram a quinta. No entanto, foi apenas em 1830 que a Quinta obteve o seu nome atual, ainda sem as construções atualmente existentes. 

É no final do século XVIII que começam a ser discutidos os planos de construção que viriam, posteriormente, a concretizar-se e originar a hoje conhecida como Quinta da Regaleira. No entanto, este foi um processo demorado, marcado pelo surgimento de diversos obstáculos, ocorrendo apenas entre 1904 e 1910, integrando-se nos últimos anos da monarquia. 

A Quinta da Regaleira foi classificada Património mundial pela UNESCO em 1995

Para quem visita a Quinta da Regaleira, recomendamos que o façam com tempo de sobra, uma vez que, além das construções principais, existem muitos pormenores ao longo do parque que merecem a atenção dos seus visitantes. 

acesso e estacionamento é uma das maiores dificuldades na visita. Visto que existem poucos lugares de estacionamento junto à Quinta, assim como o facto de estar estar um pouco isolada, há alguma dificuldade na procura por estacionamento. O que nós fizemos, e muitos visitantes têm de fazer, é seguir a estrada até encontrar zonas laterais que permitam o estacionamento e depois seguir até à Quinta a pé, mas tenham em atenção que vão ter essa dificuldade. 

Entrando no recinto, encontramos logo a bilheteira, devidamente indicando para que lado devem seguir quem vai comprar bilhetes (10€/adulto) e quem os comprou online, como nós fizemos. Da mesma forma, existe a opção de visita guiada, com o custo de 15€. Independentemente de como comprar o bilhete, vai-lhe ser dado um mapa do parque, mapa esse que pode ser consultado online aqui e que dá muito jeito ao longo da visita.

à entrada da quinta é entregue um mapa a todos os visitantes

Regaleira_PortalGuardiões

Nós tivemos ainda a sorte de, ao mostrar o nosso bilhete e recebermos o mapa, ser nos dadas indicações pelo segurança sobre a melhor ordem de visita. Como resultado, foi-nos mais fácil aproveitarmos a quinta na totalidade e ficámos também a conhecer as mudanças devido ao COVID. 

Primeiramente, foi-nos recomendado visitar o Portal dos Guardiães e, em seguida, localizado mesmo em frente, o Zigurate. Sendo este último  também chamado de Terraço dos Mundos Celestes e é composto por dois conjuntos de escadarias, um que conduz a um terraço e outro que conduz a uma torre, que oferece uma vista linda sobre o parque. 

Similarmente, o Portal dos Guardiães consiste numa construção composta por dois torreões e um mirante central. O mirante central tem ligação com um caminho por trás que conduz ao Poço Iniciático. Este espaço deveria servir o propósito de um anfiteatro. 

A Quinta da regaleira tem um grande conjunto de grutas, ligadas por túneis

Poço Imperfeito

Em baixo, no centro da construção, encontramos uma abertura que dá acesso ao Poço Iniciático. E aqui encontramos dois tritões, figuras mitológicas, junto com um búzio, sem dúvida uma, de tantas outras, referências espalhadas ao longo da quinta. 

Seguimos caminho para o Poço Imperfeito, a primeira tentativa de construção do Poço Iniciático, com cerca de 9 metros de profundidade. 

Também este sítio tem ligação aos túneis subterrâneos que atravessam por baixo da quinta. Mas a entrada ao poço está vedada por um gradeamento de ferro, não sabemos se por causa do COVID ou por outros motivos de segurança. 

Vendo a primeira tentativa, partimos em direção ao resultado final, o Poço Iniciático, Sendo este um dos principais destinos turísticos da região. Conhecida como a torre invertida, esta consiste num poço com 27 metros. Este é descido através de uma escadaria em espiral, até uma praceta onde encontramos uma rosa dos ventos. 

o poço iniciático deve o seu nome a rituais de iniciação à maçonaria, que (consta-se) ocorriam aqui

Poço Iniciático

Antes era possível subir e descer a torre. No entanto, por causa das novas medidas de segurança do COVID, o visitante é obrigado a seguir pelo túnel existente no final do poço. 

O nome deste poço deve-se ao facto de acharem que este lugar servia de palco aos rituais de iniciação da maçonaria. 

Este túnel está iluminado e vai sair por debaixo da Gruta do Oriente

Posteriormente surgem vários possíveis sítios a visitar. De modo a ver toda a parte mais afastada da quinta, recomendamos aproveitarem para ver os sítios em volta destas grupos, nomeadamente o Aquário, Patamar do Ténis e o Lago da Cascata, este último também com acesso ao Poço Iniciático. 


o famoso poço iniciático resulta da 2ª tentativa de contrução, sendo a primeira o poço imperfeito

QuintaRegaleira_8

Se quiser ver tudo, na parte mais afastada da quinta encontra-se a chamada de Gruta da Virgem. Este é o ponto mais distante da entrada/saída, e o único sítio que não visitámos, devido às horas de encerramento do palácio, que é mais cedo que o resto da quinta. No entanto, e para quem tem tempo, recomendamos conhecer também este sítio apesar de mais afastado.  

Nesta mesma zona encontramos também o Lago da Cascata, que tem uma ponte que permite a passagem por cima do lago e, caminhando sobre as pedras dispostas, dá acesso aos poços.

Seguindo o caminho principal, vai-se chegar à Torre da Regaleira, que oferece uma vista sobre toda a quinta. E, na sua base, encontramos a Gruta da Leda, que, apesar do nome e do tamanho de outras grutas vistas, é uma simples gruta com uma estátua no seu interior. Ao lado encontramos a estufa que, aquando da nossa visita, estava fechada. 

algumas das grutas requerem mais cuidado visto que são não iluminadas e não sinalizadas

Gruta do Oriente

Antes de vermos o palácio seguimos em direção à Fonte da Abundância, uma fonte descorada com diversos elementos, nomeadamente uma grande concha no centro. Segundo o caminho junto ao muro é possível visitar o Loggia, uma torre de vigia, o Lago, a Casa do Ibis, onde há uma casa muito colorida com uma fonte na sua fachada e, a nossa parte favorita desta zona, a Gruta do Labirinto, um conjunto de grutas não iluminadas, irregulares e não sinalizadas, pelo que tenham esse cuidado e atenção. 

Para terminar, seguimos pelo Patamar dos Deuses, um passeio que, como o nome indica é repleto de estátuas de deuses, e que termina junto ao Palácio

No Palácio, atualmente, só é possível visitar o andar de baixo, onde existem várias salas: da caça, da música, dos reis, do fumo e a sala da renascença. Todas elas são compostas por pormenores incríveis, talhados nos tetos, nas paredes e no mobiliário que as compõem.

O Palácio da regaleira é uma construção do início século XX, ainda no tempo da monarquia

Palácio da Quinta da Regaleira 1
Interior do Palácio da Regaleira
Palácio da Quinta da Regaleira 2

A saída faz-se pelo piso -1. Recomendamos que passem algum tempo a explorar o exterior do Palácio, uma vez que este é composto por diferentes estilos e referências. Devido ao COVID, e às limitações impostas em espaços fechados como museus, a circulação acaba por ser condicionada, pelo que esta visita ao Palácio poderá ter um impacto ainda maior para quem o fizer fora desta altura. 

Por último visitámos a capela. Também esta tem o seu acesso vedado, pelo que só é possível observar a partir da porta. Apesar de pequena, o detalhe e as representações bíblicas são notáveis. 

A Quinta da Regaleira assemelha-se, assim, a um conto de fadas, repleto de sítios para explorar e pormenores para observar. Se forem à região, não deixem de visitar este lindo e misterioso sítio, que vão passar os portões de saída com um sorriso no rosto e os olhos a brilhar. 


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Fernanda Alves Afonso Grieben
Fernanda Alves Afonso Grieben
11 meses atrás

Descrição interessante. Uma visita à Quinta da Regaleira dá sempre que pensar… Colo abaixo (permitem-me?) uma referência bibliográfica que, a mim própria, me ajudou bastante a compreender a simbólica da arquitetura, e não só:

O ESOTERISMO da Quinta da Regaleira. Entrevista de José Manuel Anes a Victor Mendanha (num percurso iniciático pela Regaleira). [Seguido de A linguagem dos pássaros de José Manuel Anes]. Lisboa: Hugin, 1998.

Fernanda Alves Afonso Grieben
Fernanda Alves Afonso Grieben
11 meses atrás

Só por curiosidade, gostaria de perguntar se no desfecho do artigo acima transcrito, a comparação estabelecida entre a Quinta da Regaleira e um “conto de fadas” se baseia somente numa intuição extraída da experiência vivida, ou não.

A comparação é mesmo muito interessante, já que são vários os estudiosos que ligam o conto de fadas aos mitos, numa linha que vem desde os irmãos Grimm, salientando o hermetismo (que é o melhor suporte para o misterioso e o fantástico) que caracteriza esse tipo de narrativa, onde as leis do tempo e do espaço perdem o seu valor.

Neste sentido, revisitar a Quinta da Regaleira acompanhado(a) do livro dos Contos Exemplares da Sophia, aberto no conto “A Viagem”, pode transformar-se numa experiência inesquecível…

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