De Regoufe a Drave, a Aldeia Mágica

Localizada em plena Serra da Freita, Drave, conhecida como a “Aldeia Mágica”, atrai um grande número de curiosos devido ao misticismo que a envolve. Este miticismo é intensificado pela dificuldade de acesso – realizado apenas por um trilho de 4km com origem na aldeia vizinha de Regoufe. Drave vai assim mantendo a sua aura de fantasia, surgindo no horizonte, imponente e enquadrada nas montanhas, atraindo quem para ela olha. 

Drave
Regoufe

Ainda no distrito de Aveiro, mas aparentemente isolado, encontramos a aldeia de Drave, que atrai muitos visitantes pela magia que só uma aldeia abandonada e isolada consegue ter. O acesso é feito por um trilho de 4km com início na aldeia de Regoufe

Para chegar a Regoufe é necessário percorrer uma grande distância em estradas de montanha. Simultaneamente, tenho em atenção que às vezes os GPS têm tendência de enganarem quem aqui tenta chegar, enviando as pessoas para Regoufe através de Covelo de Paivó, o que na verdade não é possível de se fazer de carro, então sigam as placas com atenção. 

Chegando lá, existem alguns lugares de estacionamento logo no início da aldeia. Mesmo que esses lugares estejam ocupados, existem lugares onde a estrada tem umas saliências proporcionando lugares de estacionamento. Assim sendo, não existe a dificuldade do estacionamento em Regoufe.

 

O acesso à aldeia de drave é feito através da aldeia vizinha de regoufe, que surpreendentemente já só tem 23 habitantes

Relativamente a sítios para comer, e para nossa surpresa, Regoufe tem dois sítios onde podem comer e renovar energias. São eles O Mineiro de Regoufe, um restaurente, e O Café da Ilda, um café. Em ambos os sítios é possível comer refeições completas. O Restaurante estava fechado e, consequentemente, fomos ao Café da Ilda. De facto a escolha foi acertada pois, além da comida excelente, o atendimento foi muito bom. 

Com apenas 23 habitantes (segundo nos foi dito na aldeia) Regoufe é uma pequena localidade conhecida pelas suas minas desabitadas de volfrâmio.

Podem optar por em primeiro lugar ir às minas e só depois a Drave ou, como nós fizemos, seguir primeiro a Drave e só no final visitar as Minas.

Primeiramente decidimos então seguir em direção a Drave, a Aldeia Mágica. Para lá chegar, é necessário percorrer as ruas até à Capela de Santo Amaro.

Capela Regoufe

o percurso inicia-se junto à Capela de Santo amaro, seguindo posteriormente por uma ponte

Percurso Drave

Podem encontrar o folheto do percurso para download aqui. No entanto, o folheto só será necessário se quiserem ler a informação histórica, pois as indicações no local estão muito explícitas, não levantando dúvidas. 

O percurso segue assim por uma ponte que, sobre um pequeno rio, vai dar àquela que é, inegavelmente, a parte mais puxada do caminho. Esta consiste numa subida íngreme, toda em pedras soltas. Apesar de ser difícil, oferece uma paisagem linda sobre a aldeia e as suas minas. 

Esta subida extende-se por uns bons metros. Logo após ao seu fim, atingimos o topo de uma serra onde a vista sobre as serras vizinhas é de cortar a respiração. 

Tirando esta subida, e apesar do resto do caminho se manter em solo idêntico, já não apresenta o mesmo grau de dificuldade. 

a parte mais difícil do percurso é a subida inicial, mas a paisagem que oferece no topo é de cortar a respiração

Percurso Drave

O percurso, como referido anteriormente, extende-se por 4km. Na parte final é já possível, para os mais atentos, ver Drave na paisagem, inserido entre as montanhas. 

Completamente abandonada desde 2009, a “Aldeia Mágica”, é toda contruída em xisto, exceto a capela. Não tendo o homem como seu habitante, exceto quando os escuteiros ou outros visitantes lá vão, Drave torna-se um sítio extremamente calmo. Nesta calma, destaca-se o som da Ribeira de Palhais que por lá passa e que é possível visitar. 

Ao visitarem as casas, algumas abertas, rapidamente vão perceber que Drave é, atualmente, a Base Nacional da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas. 

Quando visitarem a aldeia, aproveitem para ler as placas na capela, facilmente identificada na paisagem pelas suas paredes brancas. Passe também pelo Solar dos Martins, no topo da aldeia. 

Drave

drave, a “aldeia mágica” está abandonada desde 2009

Percurso Drave

Tendo conhecido a Aldeia, inicia-se o percurso de regresso. Talvez pelo cansaço, o retorno pareceu-nos um pouco mais difícil. 

Apesar de a subida não ser, no retorno, tão acentuada, torna-se cansativa por ser constante e em pedra solta. Assim, é necessário um cuidado adicional, principalmente na parte final do regresso. Esta consiste na (agora) descida final, que sendo íngreme e em pedra solta, torna-se escorregadia. 

Quase a chegar à aldeia de Regoufe, tivémos a sorte de encontrar uma pastora que passeava o seu rebanho, oferecendo uma imagem linda para fim de percurso. 

No total, o percurso demorou cerca de 4 horas entre ir e vir, contando o tempo passado a conhecer a aldeia. De Regoufe a Drave, o chamado de PR14, não é um percurso muito difícil e vale o esforço pela paisagem que oferece. 

as casas de drave são construídas em xisto, destacando-se a capela, pintada de branco

Já de regresso Regoufe, decidimos visitar o nosso destino final, as Minas de Regoufe, antigas minas de volfrâmio abandonadas. Tendo funcionado durante grande parte do século XX, estas Minas ocupavam uma área total de cerca de 57 hectares. 

Estas minas tiveram um impacto económico muito forte na região, nomeadamente durante a 2ª Guerra Mundial, altura em que houve uma grande exploração das minas. Além dos edifícios, é ainda possível encontrar alguns dos edifícios originais, agora em ruínas, assim como as entradas para as minas, apesar de não ser recomendado entrar. 

Surpreendentemente, é ainda possível distinguir alguns elementos da vida de quem permanentemente aqui vivia, como, por exemplo, o campo de futebol. 

Assim sendo, e para quem visita Drave, não deixem de conhecer as Minas de Regoufe. 

Minas Regoufe

Drave consiste assim num pequeno paraíso escondido da vida humana. Decerto isto só é possível pelo seu difícil acesso, no entanto, e inegavelmente, o destino final vale o esforço. Visto que a sua visita tem de, primeiramente, se iniciar em Regoufe, aproveitem para, posteriormente, visitarem a beleza que são as Minas Abandonadas de Regoufe.  

com um total de cerca de 57 hectares, as minas de regoufe foram importantes na 2ª guerra mundial

Minas Regoufe

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